segunda-feira, 28 de junho de 2010

Musical IV

(...)

O que passou, calou
E o que virá, dirá...

domingo, 20 de junho de 2010

Cartas

(...)

As minhas perguntas sobre o amor não deveriam constrangê-la, uma vez que você tem as respostas na ponta da língua. E responde lindamente, como se só aguardasse que alguém as fizesse. Que bom que a perguntadeira sou eu.

Te ouvindo dizer parece óbvio que o amor esteja entre, deslizante e tão volúvel. Mas quando o amor é de doer, ele parece caber todinho num peito só. Não parece? Você tem prontinha a sabedoria que me vem e me foge. Dela me esqueço facilmente: é preciso que se tenha ausências...

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Portas e Janelas sempre abertas pra sorte entrar.

Eu achava que onde quer que estivéssemos seríamos sempre os mesmos e levaríamos nossas mazelas conosco para onde fôssemos. Em parte, somos e levamos. Noutra parte, quando nos afastamos um pouco (geográfica e cabalisticamente), fingimos com mais naturalidade que as coisas ficaram para trás. E como tudo não passa de um punhado de invenções, nos deixamos levar por um tango cortante e criamos mil novas figuras (que, sendo criadas e sendo figuras, só podem ser imaginárias), nos cercamos delas e fazemos com que novas memórias sejam também criadas. E memórias voluntariamente criadas são quase sempre boas memórias.

Hoje eu mantive intacta a sensação de estar em outra estrada, desconhecida, ligeiramente perdida, deixando-me ser livre. E só quem já se sentiu livre pode saber como é.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Partida

As etapas de uma viagem, como você deve saber bem, são divididas em angustiantes e deliciosas. A expectativa de quando se planeja viajar, os preparativos, as despedidas, a incerteza quanto ao que fica, o novo ambiente e as estranhas ruas, as pessoas diferentes, com sotaques também diferentes, o quase-costume com os novos espaços, a rotina criada fora da rotina, os telefonemas [e e-mails] e as saudades, a volta. E, voltando, as angústias e delícias de quem não sabe é bom às vezes partir. E se é bom voltar. E se nunca deveria ter partido ou se nunca deveria ter voltado. Mas a verdade toda é que a vida não é feita de oitos e oitentas, embora a gente insista em achar que sim. Um pé lá e outro cá, uma partida e uma chegada, o novo e o antigo, tudo isso é uma composição. Uma boa composição, como aquela que diz que o samba para ser bom tem que ser triste ou a que diz que para amar é preciso doer [e não é a mesma coisa, afinal?].

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Musical III

(...)

Erra quem sonha com a paz
Mas sem a guerra
O céu existe pois existe a terra
Assim também nessa vida real
Não há o bem sem o mal.

Nem amor sem que uma hora
O ódio venha...


Roberta Sá.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Tempo, tempo, tempo, mano velho.



Sempre tive pressa. Quando pequena, se ganhava um tênis dormia de meia. Se fôssemos à praia na manhã seguinte, acordava bem cedo e ficava pronta, irritando os que queriam amanhecer com mais calma. De mim, falavam de uma precocidade e de ouvir falar que era precoce, fui me adiantando em tudo. Aprendi a ler e a escrever cedo, pulei etapas escolares, entrei cedo para a faculdade, comecei a trabalhar e a enfrentar os leões da vida adulta também cedo. Mas o tempo, para mim, era como se estivesse sempre esgotado. Eu corria porque não queria perder nada. E achava que as coisas que não acontecessem naquele instante perderiam a chance de acontecer. Pronto, já era. Assim fiz com que meus planos não fossem só planos, coisas vislumbradas, fiz com que fossem metas. E meta a gente tem prazo para cumprir.
Em parte, fiz um bom uso disso, acho. Mas também ganhei a sensação de ter envelhecido antes da hora. Acho que li o Desassossego de Bernardo Soares cedo demais. Era época de contos de fadas. E ouvi Piazzolla cedo demais também. Ele podia ter esperado um pouco para aparecer. E acho que quis demais coisas que podiam esperar. E meu querer é forte, atropela.

Hoje, querer calma é que tem me ocupado. Porque a vida exige da gente que a gente não corra tanto. A vida faz a gente tropeçar de vez em quando para não deixar a gente esquecer de que algumas coisas do caminho precisam ser consideradas. Que o caminho a gente faz ao andar, mas que precisa do chão, e não só dos pés.

(E eu contei, que comprei um all star vermelho, só pra ver se ando diferente?)

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Conclusão:

Agora é hora de calar. Amanhã eu falo.