As minhas meninas agora são cada uma de um jeito. Em comum, uma dorzinha de amor ao fundo, guiando os passos pelos caminhos que em algum ponto se cruzam. Em umas, a dor é recente e densa. Em outras, uma dor que já passou ou um temor de dor futura. As que seguem sós, sedentas por não estarem mais. As que não, uma saudadezinha de saber como é. Uma diversão pura a cada pequena frustração, resgatando o velho hábito de tornar risível o que não precisa ser. Festas, muitas festas. Festas por nada. Comemorando estarmos vivas e só. Comemorando o que não vai bem, porque podia estar pior. Comemorando que se levanta depois do tombo, que lançaram um novo disco, a promoção da cerveja.
De sexta em sexta a vida vai passando a jato. Nem vejo. Desejando viver mais. Desejando a cada uma das minhas meninas que riam. Que riam da desgraça, que riam de felicidade. Que tenham sempre mais motivos para comemorar. Que as dores sejam cada vez menores. Que não venham mais dores. Que venham outros amores, outras amigas. Que as antigas voltem. Que as de sempre fiquem. Que a vida seja diferente. Que nada mude. Desejando desejar.