domingo, 5 de abril de 2015

Agora eu era o herói e meu cavalo cantava um blues britânico que não sei de onde tirou. Calor, muito calor, acho que era eu. Uma agonia daquelas. Constato que memórias vêm e vão. Constato que sem elas não houve nada. Constato que tudo é ilusão. E se nem as cores que a gente vê são as cores que a gente de fato vê, o que seriam os amores? Foram um, dois, três, quatro (cores, não amores). Tento te convencer do contrário cantando que tudo é lindo, indo e vindo, além. Você acredita, mas não diria. Qualquer denegação seguinte e eu estou entregue. Atos falhos são todos sãos. Sonhos são todos meus (mas não conto). A letra daquela música famosa fui eu que fiz. Escrevi de cabo a rabo desde a primeira vez que ouvi no rádio. Era top 10 e tocaram três vezes na mesma manhã, só pra me irritar (...).