terça-feira, 17 de abril de 2012

Pra que, tendo pés, não me alcancem.

São Jorge, com dragão e tudo, preciso de proteção. Tá ouvindo? Tô pedindo e é com fé, porque daquele canto ali ela me fulminou com aqueles olhos. Caçoou de mim e fez mandinga com meu nome pra tudo dar errado. Eu fiz que não vi. Diz que macumba existe só quando a gente vê, não é? Então eu olhei pro lado na hora, fiz saravá três vezes, pendurei o galho de arruda atrás da orelha, a espada de São Jorge atrás da porta (e ela tem que continuar ali, viva e verde).

Não sou santa, o senhor bem sabe. Mas também não sou das piores. Mal pros outros nunca fiz e, se tirar a média, até ajudo muita gente. Tenho complacência por quem sofre e digo sempre que tudo vai dar certo, que é pra ter calma - e essas coisas que as pessoas boas dizem.

Mas ela me estrangulou de longe e olhou feio e xingou três gerações daqui pra trás. Achei que meu cabelo ia cair e o útero secar. O ombro pesou, meu santo.
Sai pra lá...