Disseram um dia que se Deus existe, mas se existe de verdade, ele brinca com a gente. E agita os dedinhos num emaranhado de fios, fazendo a gente toda, sem distinção, de marionete. É homem, é mulher, é criança, todo mundo se agita quando o polegar levanta e vai pro lado no ritmo do indicador. E cai, porque Deus é desses. E quando dizem que Ele faz a gente toda de marionete, é pra dizer que alguns acasos são sacanagem pura. É diversão do demo. É o destino sendo cruel só por ser, pra fazer graça.
São essas brincadeiras sacanas que fazem às seis da manhã tocar a nossa música, uma música que nem se ouve mais, que nem está na moda, de um cantor que já até morreu. E ao meio-dia, a sobremesa no trabalho (onde nunca tem sobremesa) é aquele doce de amendoim, igualzinho ao que fez você quase morrer de tão empolado. E à noite, na portaria do prédio, chegar de surpresa aquele livro que estava emprestado há anos e que já tinha até sido substituído e o novo exemplar já tinha até sido perdido também. E na contracapa do livro, com a sua letra, aquele amor que seria pra sempre e o primeiro livro de muitos, de toda uma vida que seria vivida assim, cheia de dedicatórias.
Deus é isso, que faz a gente lembrar.
São essas brincadeiras sacanas que fazem às seis da manhã tocar a nossa música, uma música que nem se ouve mais, que nem está na moda, de um cantor que já até morreu. E ao meio-dia, a sobremesa no trabalho (onde nunca tem sobremesa) é aquele doce de amendoim, igualzinho ao que fez você quase morrer de tão empolado. E à noite, na portaria do prédio, chegar de surpresa aquele livro que estava emprestado há anos e que já tinha até sido substituído e o novo exemplar já tinha até sido perdido também. E na contracapa do livro, com a sua letra, aquele amor que seria pra sempre e o primeiro livro de muitos, de toda uma vida que seria vivida assim, cheia de dedicatórias.
Deus é isso, que faz a gente lembrar.