quarta-feira, 14 de março de 2012

Sempre

Lá vou eu de novo, sendo eu mesma insistentemente, portando a rigidez de sempre, a intolerância de sempre, portando sempre essa cara e esse jeito de andar meio torto, e cuspindo vespas às seis da matina só por ter acordado e ter desejado me demorar um pouco mais na cama. Lá vou eu de novo, acordando às seis da matina e vestindo a roupa de sempre, com essa preguiça de sempre, comendo o pão com manteiga de sempre e também o pão que o diabo amassou, pra conseguir chegar ao meio do dia. E no meio do dia, bem no meio do dia, vou eu de novo, continuar o dia porque ele precisa acabar. E quando o dia acaba, ainda sou eu mesma, daquele jeito do início. Se alguma coisa mudou - porque alguma coisinha, peloamordedeus, tem que mudar -, foi coisa pouca e eu não vi. Hoje não vi mesmo. O dia tava acabando, eu tava acabando, sei lá mais o quê.

Um comentário:

Nathalia disse...

Vou te contar que além disso tudo aí, você também é doce. E tão bonita quando se faz doce!