terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Pra ver melhor

Porque o ano começou e hoje são quatro de janeiro de dois mil e onze (e eu ia dizer mil novecentos e noventa por que, meu Deus?), botei meus óculos novos e liguei o som do carro nas alturas. Tocava se você disser que eu desafino, amor. E porque estava de óculos novos, aqueles óculos, vi a criancinha correr na praia vestida de abelha e lembrei de Paula, que foi baiana por meses, com turbante e tudo. E vi um casal recente fazendo juras de amor no ponto de ônibus sem saber que pode acabar. Sem querer saber nada de nada. E vi o gordinho indo pra escola ainda com sono carregando um peso danado na mochila, mas cantarolando baixinho. Que será que cantarolava o gordinho?

E vi uma mulher dar a luz logo cedo, dizendo que nunca mais na vida se deita com homem nenhum se é pra passar por isso. Mas assim que pegou o filho no colo, com um sorriso doce, tenho certeza de que pensou que não tem coisa melhor no mundo. E ainda querendo ver mais, vi uma amiga mostrar a barriga pra quem quiser ver, orgulhosa de ser mulher. E de ser mulher pra um homem.

E querendo ver mais ainda, vi mais ainda...