quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Para trás.

João,

Tem tempo, né, João?
Ando assim, meio afastada das coisas. E de você também, porque faz bem a gente não precisar tanto do outro para viver. A vida acontece mesmo assim, não é mesmo? Mesmo com a gente feliz ou triste ou indeciso ou lamentando, a vida segue. Não tem como segurar. Antes eu achava que aquilo de que eu gostava passava a ser meu (nem te contei que de novo me aborreci vendo recitarem Clarice Lispector!) e se fosse meu eu agarraria firme até o fim.

Mas quando eu falava Fim, eu não sabia do que estava falando. Eu achava que não existia essa coisa de acabar. E se era ruim, eu ficava ali porque achava que era mania minha viver pensando em ir embora. Que a grandiosidade estava em permanecer e gostar de permanecer. Mas a gente não precisa ficar, João. A gente pode partir e partir e partir. É só um outro jeito de viver. Tem gente que sofre do contrário. De partir demais. De esquecer demais. Quem tá de um lado quer estar do outro, viu?

(Não te falei que é mesmo tudo inventado?)

Um comentário:

Natália Nespoli disse...

e-mail pra maria no meu blog, porque carta é coisa de quem consegue permanecer demais! rs beijos te adoro