domingo, 3 de outubro de 2010

De Virgínia Woolf deixada para trás.

Eu imaginei que pudesse ser uma daquelas campanhas em que pedem que você abandone um livro em um local público para que alguém o encontre e leia. Na campanha, sugerem que quem encontrar o livro abandone um outro qualquer para que a coisa tenha continuidade e não termine assim, com um sujeito bem intencionado perdendo um livro por aí. E pode ser em um banco de praça, no ônibus de volta do trabalho, na espera do metrô. Os que aderem costumam deixar bilhetes logo nas primeiras folhas ou marcando uma página em que conste um trecho importante, merecedor de destaque.
Estava lá, edição nova de Virgínia Woolf, capa dura, vermelha. Dentro, com letra de quem escreveu depressa pra não perder a idéia, constava bem bonito um amor. Aquele era um presente. Sem assinatura, ainda assim pude supor que vinha de um homem. Só um homem poderia escrever assim.
Penso nas dedicatórias espalhadas pela minha estante e suspeito de que aquela também havia ficado para trás. Ali, ele dizia que jamais deixaria de amá-la. Que seria o primeiro presente de muitos outros. Que estava feliz por finalmente terem se encontrado. Bom, eu li assim. Acho que ele queria dizer isso. Um pouco mais ou um pouco menos. Você sabe, afinal, como essas coisas são...

2 comentários:

Natália Nespoli disse...

sei sim, são sempre como a gente quer!

Nathalia disse...

Ironicamente, foi exatamente este livro que coloquei por último na estante com uma dedicatória... Ironicamente?