terça-feira, 11 de maio de 2010

Amigos

Por generosidade (ou porque sabe) ela me disse que a dor passa. Eu, que sempre hesitei diante da generosidade das pessoas, achei que generosa ela foi me permitindo a descoberta de que eu não poderia nunca, como achava até então, voltar a ser a mesma de antes. "Antes era apenas o tempo". Foi assim que ela me lembrou de que o tempo não tem essência e me livrou do terror de tudo que representava o fato de eu me sentir ali, de volta a um estágio anterior.

É verdade, tenho reencontrado bons amigos. Chamo de bons os amigos que dizem verdades de forma acolhedora. Diga se não parece uma delicadeza imensa a revelação de que as lembranças são todas inventadas? Eu acho. E, apesar de malcriadamente não ter dito isso para ela, eu também acredito na possibilidade de que as lembranças passem a só ferir um pedacinho ínfimo de nosso corpo. "Ferida acostumada".

Ternura sempre.

3 comentários:

daise disse...

Ô, minha querida, e passa mesmo.

E que a ternura nunca se faça ausente.

Beijo,

Daise disse...

Etapa cumprida: carta pra ti já tenho, vai pro correio hoje (estou fechando o envelope agora).
:)

Carla Jaia disse...

posso, sem muito pensar, dizer que te amo? digo: te amo! (tenho desses rompantes furiosamente ternos. desses que as pessoas costumam guardar, com medo de que palavras sejam promessas de eternidade. eu tb costumo guardar. mas vc não é do tipo que rouba palavras. vc conhece os mistérios do tempo - que não existe.)