Tenho uma lembrança de quando era muito pequena e tentei abraçá-la apertado, para que ela não me deixasse nunca. Ela reclamou do aperto e se afastou achando ser uma brincadeira nova. Passei a acreditar que não se deve nunca esperar que o amor venha da mesma maneira e tamanho, porque não vem. E que demonstrações súbitas de amor devem ser cautelosas. Por muitos anos, ela nem sabe, eu achei que era falta de amor. Eu não conseguia acreditar em quanto amor podia conter um gesto simples como me esperar chegar de uma festa ou preparar um doce antes de dormir só porque eu estava com vontade, mesmo que estivesse exausta. Hoje, que eu preparo doces para as pessoas queridas, sei o quanto custa ir para o fogão em um dia de preguiça. E que, não fosse o amor, seríamos todos mais magros.
Demorei a entender que quando estou triste é difícil para ela dizer que fica triste também, mas que quer dizer isso quando franze o cenho, diz que não estou comendo nada, finge que não notou meus olhos vermelhos e me passa a barra de chocolate.
É coisa de mãe.
Demorei a entender que quando estou triste é difícil para ela dizer que fica triste também, mas que quer dizer isso quando franze o cenho, diz que não estou comendo nada, finge que não notou meus olhos vermelhos e me passa a barra de chocolate.
É coisa de mãe.
3 comentários:
Lindo, Nanda.
Me vi em algumas linhas aí. Vi também minha mãe.
Bjs
Ai, que ternura!
Já recebeu minha carta nova?
Ah, Nanda...
E a gente podendo desfrutar dessas tuas letras de novo. Que bom!
Beijo.
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