sexta-feira, 26 de junho de 2020

Dia de comida boa

Hoje é sexta-feira e depois de atender o dia inteiro, com os fones enfiados nos ouvidos, suportando as más conexões para permitir outras, sei que vai chegar a hora de me alongar no chão da sala, de tomar um banho morno, ligar a vitrola e abrir um vinho com meu bem. Em geral é cerveja, mas hoje será um Merlot, que tomara que esteja bom. Ouviremos Milton Nascimento, Gil e Belchior (nosso acervo não é dos maiores, é verdade, mas nos basta). Meu bem, nas sextas-feiras, prepara comida boa. É assim que chamamos a comida da sexta, para que se marque a diferença entre ela e o cardápio semiequilibrado dos outros dias. É de comida boa em comida boa que fazemos a nossa escansão, a pausa de semanas ora estressantes, ora no embalo, sem pensar demais. Amanhã é dia de café com calma. É assim que chamamos as manhãs de sábado.
Tenho evitado os noticiários porque entendo que tão cedo não haverá boa notícia. Ao contrário, a cada dia surge uma pior do que a outra. Aquele senhor que chamam presidente, aff. Não aguento. Só me refiro a ele usando os nomes que Riobaldo usa para o coisa-ruim: Cramulhão, Galhardo, Sujo, Tisnado, Coxo, Temba, Azarape. O cão!
É, meu amigo, Deus é paciência.
Espero que seus dias tenham alguma graça, mesmo pequenina, mas alguma. Que a você chegue algum afeto, como este, nessa cartinha apressada, escrita no tempinho em que descanso as orelhas.
Fique bem. Tá tudo bem em pestanejar — desde que não se demore ali.
Um abraço forte (daquele tipo pré-pandêmico).

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