sábado, 9 de fevereiro de 2013

Fantasias de carnaval

Vem com uma saia de tule cor de rosa, e, por ser carnaval, não faz mais tanta questão de ser macho. Na verdade, sendo bem honesta, nunca fez. A masculinidade tem dessas sutilezas. Pra ser viril, bastava agir como o pai ensinou. Ou deveria ter ensinado. Ou sei lá. Virilidade não se finge. Puxa a menina pelo braço como se ela gostasse. Repara nos seios da freira, da Amy Winehouse, da joaninha e da vendedora ambulante. Recebe um elogio de um grandão (o do salto 30), desconfia, nunca vai dizer, mas gosta. Depois se arrepende de ter gostado, estufa o peito e ameaça puxar uma briga. Mas, tirando o salto, o grandão continua grandão. Melhor deixar pra lá. Reencontra um quase-amor antigo, cogita, no fundo, bem no fundinho, retomar uns contatos, mas acha que é contra os princípios do carnaval. Acha que o carnaval tem que ser catártico, alcoólico, farto. Amanhã, no lugar da saia, pensou numa capa vermelha. Quer ser superman. Ô, se dependesse de capa...

Nenhum comentário: