Vem com uma saia de tule cor de rosa, e, por ser carnaval, não faz mais tanta questão de ser macho. Na verdade, sendo bem honesta, nunca fez. A masculinidade tem dessas sutilezas. Pra ser viril, bastava agir como o pai ensinou. Ou deveria ter ensinado. Ou sei lá. Virilidade não se finge. Puxa a menina pelo braço como se ela gostasse. Repara nos seios da freira, da Amy Winehouse, da joaninha e da vendedora ambulante. Recebe um elogio de um grandão (o do salto 30), desconfia, nunca vai dizer, mas gosta. Depois se arrepende de ter gostado, estufa o peito e ameaça puxar uma briga. Mas, tirando o salto, o grandão continua grandão. Melhor deixar pra lá. Reencontra um quase-amor antigo, cogita, no fundo, bem no fundinho, retomar uns contatos, mas acha que é contra os princípios do carnaval. Acha que o carnaval tem que ser catártico, alcoólico, farto. Amanhã, no lugar da saia, pensou numa capa vermelha. Quer ser superman. Ô, se dependesse de capa...
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