quinta-feira, 26 de maio de 2011

Flor de quaresma

Judith,

Já eu tenho ficado muito irritada com essa coisa de ver minha parte nas coisas escabrosas do destino. Minha parte é uma parte grande. Minha parte é quase tudo (ou sou eu que vejo assim). Sabe que me cansei de ouvir, quis ensurdecer e ensurdeci? Um perigo! Tenho medo do meu querer também. Acho que meu querer é forte.

Sinto saudade de quando a gente podia se perdoar mais. De quando a gente se permitia uns deslizes grandes e se permitia colocar a culpa todinha no outro. Ai, que saudade de a culpa ser do outro, Judith. Agora deu pra ser tudo eu, tudo eu, tudo eu.

Você não acha, querida, que a vida poderia ser mais simples?

Lembre-se: em caso de dor, flor-de-quaresma lhe socorre.

Um beijo,
Maria.

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