domingo, 12 de setembro de 2010

Como um samba de adeus

Ela continua vindo até mim. Ainda não sei o que faz com que venha sem parar. Não se atrasa nunca. Disse, da última vez, que não falaria mais nada daquilo. Que botou uma pedra em cima e pronto, acabou. E eu, que acho que também já não queria mais ouvir aquele falatório, old bavardage, coisa e tal, mantive um silêncio curioso. Ela e eu sabemos que algo mudou. Não que os fatos tenham perdido a importância...não é disso que ela fala. É que desde a nossa última vez muitas coisas aconteceram por lá. Encontros, reencontros, desencontros. Novos desencontros. Os mesmos desencontros. Despedidas. Velhas despedidas. As mesmas despedidas. Ela se lembra de ter me dito que não entendia como alguém que foi embora podia ainda permanecer tão próximo e que só agora pode me explicar que era ela quem permanecia. Faz sentido? (Ela descobriu uma maniazinha de permanecer demais).

Agora não ouve mais Bossa Nova. Não lhe cai muito bem. Deixa Dindí ir embora, se é o que Dindí quer fazer. Daqui pra frente ela é toda samba. Como um samba de adeus.

Como nunca mais, eu penso
Como um samba de adeus
Com que jeito acenar
O meu lenço
Branco
Quanto tempo
Pode durar um espanto...

2 comentários:

daise disse...

Seria a Antonia?

:)

Nathalia disse...

desencontros sem fim, não?