segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Cartas

(...)

Por aqui reinam as inquietações. Jurava que conseguiria aos poucos parar de te falar das minhas inquietações, mas elas não param também. Chateio você, eu sei. Mas acho que é só você quem pode receber minhas inquietações assim, envelopadas. Pouca gente suportaria uma vida de inquietações.

Pois bem. Imagino que queira saber quais as últimas decisões. Antes preciso avisar que a nossa última conversa não me caiu muito bem. O que quer dizer com aquela história de me ocupar dos estudos e do trabalho, "coisas das quais gosto"? Saiba você que eu gosto de muitas outras coisas. Achei de um mau gosto tremendo você sugerir que me ocupe do trabalho e dos estudos quando sabe perfeitamente que espécie de coisa tem ocupado a mim e aos meus pensamentos. Por acaso você finge que todo o resto tem menos importância? Fazendo assim parece que não ouviu uma só palavra do que tenho dito. Você quer saber das últimas decisões, mas sabe bem que não é de decidir o momento. Não estou em posição de decidir. Já falei. Estou em posição de aguardar. E de me permitir as mais pequenas sensações, como diz o poeta, pra ver se a vida é assim, de intensidades.

Escrevi para te dizer apenas isto: que estou querendo saber se a vida é de intensidades.

2 comentários:

Natália Nespoli disse...

Pois quem disse que o estudo e o trabalho são as coisas mais importantes, hunf!

Nanda disse...

ui. que bronca esse aí levou,hien?! :)