sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Para Malu Chegar.

Maria Luísa, minha sobrinha
Você ainda nem nasceu e já está na família há meses. Eu disse meses, mas talvez esteja há anos, muitos anos, quando Paula e eu brincávamos de boneca e não sabíamos que tratava-se de uma antecipação. E se não for de tão longe, será pelo menos desde que, passeando pela Praia de Itapoã, seus pais brincaram com alguma outra criança suja de areia, precisando de protetor solar, enfrentando o medo do mar.
O mar. Você vai conhecer o mar logo, logo. Talvez antes de aprender a andar, já terá aprendido sobre as profundezas, sobre desviar das ondas, sobre fugir dos perigos. Preste atenção, ensinamentos de mar são importantes e serão úteis por toda a vida. Até que tenha coragem para enfrentar os perigos sozinha, não faltarão mãos enlaçadas às suas, nem o olhar atento de vó ali da beira, pronta.
E por falar em perigos, Malu, não se assuste com o que vou dizer: serão muitos. A vida é cheia deles para quem se arrisca. Sua mãe diz que você é delicada, porque ali de dentro você se faz sutil em sua presença. Delicada é bom. Que a delicadeza não te falte nunca, no olhar para as pessoas, nos seus movimentos, nas palavras que saem de sua boca. Que seja possível manter a delicadeza mesmo quando a vida exige que a gente berre. E que seja possível ser firme sem perder a doçura e forte sem perder a graça.
Que tenha saúde, Malu, saúde sempre. E que tenha alegria com coisas simples: vendo uma fileira de formigas, o sol se pondo no horizonte, pintando os desenhos do seu pai, sentindo os cheiros que saem da cozinha da vovó.
Aqui a espera é muita. Estamos cheios de planos e ansiosos para ver você crescer e ter os seus.
Amor,

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