Deixo um bilhete no espelho dizendo que vou embora de vez. Digo assim, por escrito e bem pequeno, que é pra você saber e dobrar e guardar na carteira e levar a minha despedida de souvenir, pra não se esquecer de que eu avisei.
(Escrevo pequenininho porque é difícil dizer. Eu enrolo um pouquinho mais, a caneta falha, enrolo um pouquinho mais, o papel molha no cantinho, enrolo um pouquinho mais, a letra não saiu boa.)
Você vê o bilhete de longe, mas acha que é outra coisa. Supõe que diz ali para regar as plantas ou para comprar coentro ou para ligar pra sua mãe. E quando me lê indo embora, acha que eu falo verde, mas é azul, azul mesmo. Eu juro.
(Escrevo pequenininho porque é difícil dizer. Eu enrolo um pouquinho mais, a caneta falha, enrolo um pouquinho mais, o papel molha no cantinho, enrolo um pouquinho mais, a letra não saiu boa.)
Você vê o bilhete de longe, mas acha que é outra coisa. Supõe que diz ali para regar as plantas ou para comprar coentro ou para ligar pra sua mãe. E quando me lê indo embora, acha que eu falo verde, mas é azul, azul mesmo. Eu juro.
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