sexta-feira, 15 de abril de 2011

Do valor das coisas

Judith,

Que grande coincidência foi ler sua carta hoje! Passei a semana pensando em como algumas coisas que eram inimagináveis por mim em tempos assim, em que seu pai fumava e amarelava em fotos, foram se dando como se eu nunca tivesse me esforçado tanto para que fossem como são. Naquele tempo eram planos para o futuro. Mais pra frente, tinham sido sonho de criança. E quando eu os vi aqui, realizados, me assustei! Imagine! Como é que a gente conduz a vida enquanto tem mania de achar que é conduzida por ela, não é mesmo?

Você paga mais caro porque quer, Judith. Quantas vezes terei que dizer?
Acho que podemos dar valor às coisas que não nos custam tanto assim.
E você pode acreditar em mim porque eu não minto para meus queridos:
você age tanto, Judith...

Maria.

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