terça-feira, 30 de novembro de 2010

Go away II (too)

Judith,

Você me põe a pensar (e a falar) quando tudo o que eu quero é ir à praia. Minhas viagens, aliás, me tiram um pouco aquela velha mania de permanecer. Você não sabe, mas antes a idéia de partir era insuportável por aqui, porque enquanto estivesse fora o mundo aconteceria sem mim. A cidade, as ruas, as pessoas. Agora o anonimato me chama. Cidades, ruas e pessoas novas. O querer dói, não dói, Judith? Você sabe. Mas é querendo que a gente vai.

Eu achava que tudo permanecia e você me ensinou a ir embora. Deixa eu te ensinar a ficar um pouco, Judith, porque nem tudo é de deixar para trás. Algumas coisas (e cidades e pessoas) a gente pode levar com a gente para onde for. Lembra de Dindí? Dindí sempre me diz que gostaria de poder voltar de vez em quando. Eu levo Dindí comigo porque enquanto estava aqui era parte de mim. E levo João comigo também, porque João merece ficar mais um pouquinho. E levo José, porque José eu inventei todinho.

Se você quiser, Judith, eu levo você também.
Mas eu já não fico mais.
Um beijo,
Maria.

3 comentários:

Nathalia disse...

Dá pra me levar um pouquinho também? Pode ser só um pedacinho... pendurado no chaveiro mesmo.

Fernanda disse...

Claro que levo. :)

Nanda disse...

que coisa mais fofa :)