quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Cartas

(...)

Você me dizia para perder essa mania de querer saber de tudo e que o encanto da vida estava nas pequenas descobertas (das quais só nos damos conta quando já estão conosco faz tempo). Nossasenhora, como eu demorei para acreditar que é mesmo a gente que não se deixa surpreender. A gente corre apressado na frente, adivinhando tudo o que vem. E depois reclama de só receber mais do mesmo.

Os dias aqui são dias de incerteza. Você não imagina como me pega em cheio (ainda não aprendi a usar essas expressões) esse mistério das coisas, mas eu confesso que até tenho gostado de não saber. Tenho praticado bastante esse negócio de não saber. Acho que é virtude das grandes a gente ter calma e não se precipitar. Você não acha? Te falei de Maria? Maria vai sempre com calma. Ela me diz que não preciso correr, que o mundo não vai acabar. É mania dela dizer isso. É claro que o mundo vai acabar, não viu na tv? Mas a gente vai com calma porque mesmo que acabe, não tem jeito. Acaba e ponto.

E é assim, como Maria, que tenho andado. Você não vai acreditar que eu consiga, eu sei, andar com calma e não saber das coisas. Mas eu consigo, ó. Porque se o mundo não acabar, o que vier virá e ponto.

Vamos ver no que dá...

3 comentários:

daise disse...

Cartas, sempre tão boas cartas.

Estou te devendo, aliás!

PS: Daqui a uma semana estarei em Buenos Aires. :)

Anônimo disse...

Maria me disse que te acha engraçada e mandou eu te dizer para não acretidar em tudo o que o tv diz.
Aliás ela está doidinha para te ver de all star vermelho.

fernanda disse...

Hahaha...
Pode deixar, Angela!
Vou aparecer de all star!
bjo